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quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Argh.

Faz algum tempo que eu não surto aqui. Já estavam ficando com saudades não é?

É, eu sei que não. Aliás, com quem eu supostamente tô falando, já que ninguém se dá ao trabalho de ler essa droga? Talvez comigo mesma e com o blog.

Only hope can keep me together
Love can mend your life but
Love can break your heart
[Message in a bottle - The Police]

Argh.
E até quando o amor vai agüentar substituir o entendimento?

Queria ser um andróide. Para, além de sonhar com ovelhas elétricas, não saber o que é dúvida. Em situações ruins é difícil saber o que é pior: incerteza angustiante ou dor concreta?

Saber que eu provavelmente estou sendo babaca, infantil, imatura, insegura e retardada não ajudam em nada. O que sinto é o que sinto; e é bem diferente do que penso ou sei. E essa droga toda é sentimental, não racional. Ademais, existem limitações quanto ao que posso fazer. Posso sentir o que quiser e não quiser, e no caso não quero. Mas continuo tendo direito a isso, e dispenso observações sobre o quão bizarra e imbecil sou.

Maldita insegurança do demônio.

Posso ser uma boba, fazendo tempestade em copo d'água e sendo dramática em excesso. Assim como posso, se parar para pensar, estar sendo bem mais ponderada que minha personalidade e natureza costumam me fazer ser. Até algum tempo atrás isso tudo teria me feito chorar e surtar surtar surtar. Não mais. Estou ficando forte q. Não que eu não tenha tido a minha seqüência usual de surto, mas foi menos "VOU MATAR, VOU MORRER". Enfim.

Existe uma, como direi?, rotina mais ou menos fixa para mim frente a uma situação desagradável:
1º - O Surto.
Com S maiúsculo porque ele é digno de respeito ok?
Nesse momento, se você tiver bom senso e cérebro, saia correndo para bem longe e só volte a falar comigo quando toda a situação ruim tiver passado. Porque eu faço jus ao anticristo. Sou grossa, mal humorada, muito explosiva, agressiva, temperamental e tenho o mau hábito de soltar verdades inconvenientes/irritantes/cruéis sobre vossa pessoa, se ousar vir me encher o saco ou - ai, ai, ai - me pedir calma ou dizer que passa. Disso eu sei, bocó, não ofenda minha inteligência porque ela provavelmente é maior que a sua, por sinal!
De uma forma geral, fique longe, ou vai sobrar para você também.

2º - A Depressão
Com D maiúsculo porque é de fazer menininha na tpm parecer otimista.
Durante o surto, sou capaz de correr uma maratona, de tanta energia - negativa, mas quem se importa? - que tenho. Agressividade, na verdade.
Porém depois toda a energia me abandona, fico mole, sem vida, deprimida que dói. Chateada, magoada. Se no Surto eu tenho tendências homicidas, na Depressão são suicidas [que assim como as homicidas, dificilmente se realizarão]. Na Depressão não choro, porque não sou muito de chorar, na verdade. Mas eu fico realmente mal, às vezes.

3º - Quando Essa Droga Toda Fica Mais Amena -
E assim eu posso lançar um olhar crítico sobre tudo isso. No geral vem no dia seguinte.
Aí sim eu consigo enxergar com alguma frieza crítica e me odiar: "Por que eu fico tão mal por coisas relativamente insignificantes? Sou mesmo retardada".

Já estou na fase 3, mas provavelmente a 1 e 2 ainda vem me dar uma visitinha.
Assim sendo, fiquem longe e não voltem, fdps.

E só.

2 pessoas deram pitaco.:

Emily. disse...

Também tenho fases assim mas no meu caso é acúmulo.
Eu sempre fui irritada com deus e o mundo só que me controlo e me prendo demais nesse quisito (você numca me viu surtando e nem queira porque naturalmente já sou exagerada, surtando então!) o que tende a ter como consequência um surto a cada mês mais ou menos. Não me pergunte de essa minha cabecinha tirou essa frescurite aguda mas é assim. Começa por uma simples encheção de saco (na sala acontecia muito frequentemente) e de coisinha em coisinha vai juntando e chega uma hora que só mais uma coisinha e eu explodo(é até engraçado) a chorar! Quem olha não entende nada mas eu fico toda sentida, aí quando eu volto a minha normal consciência eu começo a rir pensando nas bobeiras pela qual eu chorei. eu diria até que tenho dupla(tripla, quádrupla, quíntupla)personalidade.

Allan disse...

Eu disse que ia comentar, e cá estou eu (Tenho que voltar ao costume de comentar em blogs, e principalmente no seu)
Enfim, não vou ficar citando exemplos de surto e de outros tipos de raivas espontâneas. Por mim acaba sendo fácil de suportar, e para você que deve estar acostumada, talvez não. São apenas momentos, não o todo de sua vida, logo não há muito para se armar.