Uma coisa que detesto profundamente são julgamentos. Não julgamentos jurídicos, obviamente. Julgamentos morais. Idéias pré-concebidas, a maldita intolerância.
E não é exatamente que me incomode mais, porque preconceitos e julgamentos morais sempre me enojam, magoam e irritam, mas acaba interferindo mais na minha vida os julgamentos sobre mim.
E eles não são poucos. Listarei-os:
+ Que por eu ser nova demais, sou imatura, inculta, ou incapaz de entender situações de "adultos"
Francamente, eu sou uma pessoa bastante amadurecida [sofrimento endurece, mas também amadurece e fortalece], com uma cultura boa [em especial se tratando de literatura] e inteligente. Só que, o maldito preconceito de "é folgadinha e criança, logo, não deve ser madura, nem inteligente" ferra comigo. Ou o pensamento idiota de que porque eu brinco muito, e faço piadas e sou sarcástica demais, não sei ser séria. Sei, e muito bem. Só que se não houver oportunidade, como alguém verá isso? Se não cogitar a idéia de falar coisas mais sérias comigo, como vai saber ou ter certeza se sei ou não lidar com esse tipo de situação?
Talvez o fato de eu ter rosto e corpo de criança influenciem nesse preconceito. Mas eu não os escolhi, escolhi?
Outro preconceito que sofro que me incomoda até a medula dos ossos é de que, graças a aparência de garota classe média alta e bem cuidada, sou depressiva ou irritada sem causa, à toa.
Internet é um veículo público de informação [e lixo, também], então é claro que não vou citar meus problemas pessoais. Mas alguns são bem sérios. E se não dá pra me respeitar por ser um ser humano pensante, com sentimentos que podem ser feridos, que me respeitassem por terem consciência de ignorarem minha vida privada.
Porque no final das contas, são só malditas aparências. Só malditas impressões muitas vezes falsas, preconceituosas, com tanta intolerância e superficialidade.
Já disse uma vez e repito: um ser humano define seu valor por caráter, coração e mente. Não coisas tão supérfluas quanto a cor do cabelo, da pele, as roupas que usa, a opção sexual, et cetera.
Não é necessário que aceite, que goste; gostar ou não de algo é uma opção e direito que todos e cada um têm. Mas respeitar é um dever. Uma obrigação perante à lei, e uma obrigação para se viver em sociedade, também.
Tanta raiva, tristeza, mágoa, desespero, violência e até vidas poderiam ser poupadas se isso fosse mais observado...